História de Loulé a cidade e a região

A História de Loulé

“Os Algarvios antigos diziam que o Algarve se dividia em Barlavento, Loulé e Sotavente” esta frase popular destaca a importância e influência que a cidade e a região têm numa área territorial que se estende do Alentejo até ao mar.

Com uma história que remonta a períodos pré-históricos, foi habitada por diversos povos sendo os que tiveram maior impacto os romanos, os mouros e posteriormente os cristãos.

Durante o período romano, a cidade era conhecida como “Oliápolis” e desempenhava um papel importante como um centro administrativo e comercial. Vestígios arqueológicos, como as ruínas de uma villa romana em Vilamoura, testemunham a presença romana na área.

Loulé Árabe – O período mouro da história de Loulé, que se estendeu do século VII ao século XIII, foi uma fase significativa na história da cidade e deixou marcas distintas na sua cultura e arquitetura. Após a invasão muçulmana da Península Ibérica no início do século VIII, Loulé foi conquistada pelos mouros, que trouxeram consigo a sua cultura, religião e estilo arquitetónico islâmico. Durante esse período, a cidade era conhecida como “Al-Ulya” ou “Al-Ulá”, nome que posteriormente evoluiu para Loulé.

Os mouros fortificaram a cidade construindo um castelo no topo de uma colina, que se tornou um importante ponto defensivo estratégico. O Castelo de Loulé, juntamente com as suas muralhas, ainda é preservado e pode ser visitado hoje em dia. Essa estrutura defensiva ajudou a proteger a cidade de invasões e ataques.

A influência moura também pode ser vista na arquitetura de Loulé durante esse período. As casas e edifícios eram caracterizados por paredes caiadas de branco, terraços planos e pátios internos. Os mouros introduziram técnicas de construção como o uso de tijolos, azulejos e ornamentos geométricos, que são evidentes em muitos edifícios históricos da cidade.

Outro aspeto importante do domínio mouro foi a agricultura. Os mouros trouxeram consigo técnicas de irrigação avançadas, como a construção de sistemas de canalização e canais de água, que permitiram o cultivo de terras férteis na região de Loulé. Esses sistemas agrícolas contribuíram para o desenvolvimento da agricultura e da economia local.

Durante o período mouro, Loulé também se tornou um centro cultural e intelectual. Escolas e mesquitas foram estabelecidas para promover a educação e o estudo islâmico. Os mouros trouxeram consigo conhecimentos avançados em áreas como a matemática, astronomia, medicina e filosofia, que influenciaram a sociedade local.

O domínio mouro em Loulé chegou ao fim no século XIII, com a conquista cristã liderada por D. Paio Peres Correia em 1249, durante a Reconquista. Após a reconquista cristã, a cidade foi integrada no Reino de Portugal, e os cristãos passaram a ter influência e controle sobre a área.

A presença moura em Loulé deixou um legado duradouro na cidade, que pode ser apreciado até hoje. A arquitetura, as técnicas agrícolas e as influências culturais são testemunhos dessa rica herança histórica. Loulé se tornou um destino turístico popular, onde os visitantes podem explorar as ruas históricas, visitar o castelo e apreciar a fusão de elementos mouriscos e cristãos na arquitetura local.

Em 1249, durante a Reconquista Cristã, a conquista de Loulé por D. Paio Peres Correia foi um evento significativo que ocorreu durante a Reconquista Cristã na Península Ibérica. D. Paio Peres Correia foi um cavaleiro e líder militar português, conhecido por seu papel na defesa e expansão dos territórios cristãos no sul de Portugal.

No século XIII, a região do Algarve estava sob domínio muçulmano, fazendo parte do Al-Andalus. A Reconquista Cristã visava a recuperação dessas terras e a expansão dos territórios cristãos. D. Paio Peres Correia, comandando uma força militar composta por cavaleiros e soldados portugueses, desempenhou um papel fundamental nesse processo.

A conquista de Loulé ocorreu em 1249, no contexto da campanha liderada por D. Afonso III, rei de Portugal, para conquistar o Algarve. D. Paio Peres Correia desempenhou um papel proeminente como comandante militar nessa campanha. A cidade de Loulé, estrategicamente localizada, era um importante centro muçulmano na região, e sua conquista representou um avanço significativo no processo de expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica.

A batalha pela conquista de Loulé foi desafiadora, uma vez que os muçulmanos resistiram ferozmente. No entanto, com a habilidade tática de D. Paio Peres Correia e a determinação de suas tropas, os portugueses conseguiram romper as defesas inimigas e capturar a cidade. A vitória em Loulé fortaleceu a presença cristã na região e contribuiu para a consolidação do poder de D. Afonso III no Algarve.

Após a conquista, Loulé passou a fazer parte do território português e tornou-se um importante centro administrativo e estratégico na região. D. Paio Peres Correia recebeu reconhecimento e recompensas pelo seu papel na campanha, consolidando ainda mais sua posição como líder militar e cavaleiro respeitado.

A conquista de Loulé por D. Paio Peres Correia foi um marco na expansão dos territórios cristãos no Algarve durante a Reconquista. Além disso, demonstrou a capacidade estratégica e militar dos líderes portugueses da época, que conseguiram unir forças e conquistar territórios que estavam sob o domínio muçulmano há séculos.

A presença cristã no Algarve foi gradualmente estabelecida e expandida ao longo dos anos, contribuindo para a formação de Portugal como uma nação e para a consolidação da cultura e identidade portuguesas. A conquista de Loulé por D. Paio Peres Correia foi um episódio importante nesse processo e é lembrada como um dos momentos decisivos da história da região.Parte superior do formulário

No século XVI, Loulé prosperou como centro de comércio e produção de artesanato, especialmente em cerâmica e cortiça. A cidade era conhecida pela produção de objetos em cobre, como panelas e utensílios domésticos, que eram exportados para várias partes do mundo.

O terramoto de 1755 destruiu grande parte da Vila. As torres do Castelo partiram-se, as muralhas desmoronaram-se, a Igreja do Convento da Graça caiu, o Convento do Espírito Santo e a Igreja Matriz sofreram graves rombos, as edificações civis que não ruíram ficaram inabitáveis e o edifício da Câmara ficou de tal forma arruinado que as sessões passaram a ser realizadas numa pequena casa na Rua Ancha passando, depois, a ter lugar num edifício ao fundo da Praça.

Após a reconstrução da Vila começaram a surgir em vários pontos da malha urbana residências apalaçadas, já com certas comodidades pertencentes à burguesia local.

Entre os principais edifícios, destacam-se o palacete abrasonado, ao cimo da Rua de Portugal, da família Gama Lobos (1775), o solar, ao fundo da Rua Ancha, da família Barros e Aragões (onde os franceses estiveram aquartelados até à sua expulsão em 1808), o solar da Rua de Santo António, da família dos Palermos e o solar dos Silveiras situado no alto da Praça. “Descrição existente no site da Camara Municipal de Loulé

Durante os séculos seguintes, Loulé enfrentou períodos de declínio econômico e crises, mas manteve a sua importância regional. No século XIX, a construção da estrada de ferro ligando Loulé a Faro impulsionou o desenvolvimento da cidade.

Atualmente, Loulé é uma cidade moderna e vibrante, que preserva o seu patrimônio histórico enquanto se adapta aos tempos modernos. A cidade é conhecida pelo seu mercado municipal, onde os visitantes podem encontrar uma variedade de produtos locais, desde alimentos frescos até artesanato tradicional. Loulé também é famosa pelo seu Carnaval anual, considerado um dos maiores e mais animados de Portugal.

Além disso, Loulé tem um forte apelo turístico devido à sua localização próxima a algumas das melhores praias do Algarve e dos famosos resorts de Vilamoura, Vale do Lobo e Quinta do Lago.

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